Enfrentei
a depressão durante quase 5 anos, a
base de remédios tarja preta, receita azul, tratada e acompanhada pelo CAPS,
órgão público, ganhava os remédios da farmácia municipal, pois minha mente era
"bloqueada" e não produzia, não criava, não exercia mais a capacidade
de designer, conforme o talento que Deus me abençoou, portanto não
tinha como comprar os remédios. Minha mãe que corria desesperadamente atrás da
minha cura, me levava em clínicos, psiquiatras, psicólogos, clínicas, hospitais
mentais e tudo o que estivesse ao seu alcance, ela também enfrenta a depressão
a alguns anos (uns 20) ficou expert em medicamentos que aliviam os sintomas de
ansiedade, insonia, negatividade e qualquer pertubação causada por essa doença.
Surtei 2 vezes, a primeira vez em 2015, foi quando a doença me dominou, perdi
meu apartamento e o convívio com meu príncipe, a devastação da minha alma,
chorava copiosamente sentindo a falta dele, e atormentada por tudo o que vivi e
ouvi a respeito do surto, a angustia do meu coração era inconsolável, passei
mais de ano sem entrar na internet, sem falar com as pessoas, fiquei
simplesmente traumatizada e inapta. Passava o dia olhando pro nada sentada em
um sofá, mas preferia ficar no quarto escuro sem ver ninguém, mas não deixavam,
o choro era ininterrupto, ninguém aguentava mais me ouvir chorar, no meu
coração nunca mais eu viria meu filho. As medicações eram tão fortes, que
cheguei a tomar o tal Adol, quando essa medicação
faltou tive crises de contorções e descontrole em todo o corpo, olhos, mãos,
pernas, pescoço, tudo se retorcia e fomos toda a família desesperada para o
Hospital Mental, meu irmão me levava no colo, depois de uma providencial
injeção, em alguns minutos meu corpo ia retomando as funções e instintos
naturais. Teve uma época, que a tormenta na minha cabeça era tanta que cheguei
até a procurar drogas, acredita? Não cheguei a viciar, mas dava uma sensação de
alívio e relaxava a mente, cheguei até a ser internada em Clínica de
Recuperação para Dependentes Químicos, nem senti falta da droga, mas o choro
não cessava. Fui desenganada, desacreditada e diagnosticada como
Esquizofrênica. Mas acredite, felizmente essa
doença tem cura!